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16-junho-2025 Ano 1

Olimpíadas 2020: a ascensão dos esportes radicais no Brasil após os Jogos Olímpicos.

A mudança dos esportes radicais no Brasil após os Jogos Olimpícos de Tóquio 2020, e o impacto dos atletas brasileiros na nova geração. Qual o impacto causado nos jovens brasileiros após os jogos Olímpicos. E qual o impacto causado após as medalhas de Rayssa Leal, Ítalo Ferreira e Pedro Barros.

Por: Felipe Russo, Gabriel Paiva, Guilherme Limeira, Lívia Huerta, Miguel Arcanjo.

A introdução dos Esportes radicais nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020

Ao longo da década de 2010, o Comitê Olímpico Internacional (COI, responsável pela organização dos jogos) enfrentava um desafio: a queda acentuada do interesse do público jovem nos esportes tradicionais. Com isso, os esportes radicais fez uma grande revolução no cenário nacional após os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020. Natação, Atletismo, Vôlei e Futebol; eram esportes que atraíam a maioria dp público adulto. Em 2016, a organização anunciou que Skate, Surf e BMX ingressariam nas Olimpíadas de Tóquio 2020 (realizadas um ano depois). A estratégia teve sucesso, e os jovens do Brasil abraçaram a causa e torceram bastante para os nossos atletas em Tóquio.

O impacto causado após as medalhas de Rayssa Leal, Ítalo Ferreira e Pedro Barros, conquistaram suas primeiras medalhas em Tóquio. Logo, tiveram reconhecimento mundial, formando uma nova legião de fãs. O resultado da conquista do público jovem mostrou-se, sobretudo, nas mídias sociais. A aparição desses esportes nos Trending Topics tomou grandes proporções. 

Um exemplo desse fenômeno nas redes sociais ocorreu em 2021, quando a “Fadinha” de 13 anos, Rayssa Leal, conquistou a prata no Street Feminino. Da noite para o dia, ela se tornou o orgulho nacional dos brasileiros e tem sido inspiração para que mais jovens ingressem no universo desse esporte. Logo o desempenho da garota teve, também, um papel fundamental ao mostrar a excelência da presença feminina no esporte considerado “masculino”. O que representa o avanço, ainda que sutil, na equidade de gênero dentro desse conjunto.

Qual o impacto causado após as medalhas de Rayssa Leal, Ítalo Ferreira e Pedro Barros?

Rayssa Leal comemorando sua medalha de prata em Toquio.
Foto: @rayssalealsk8

O impacto dessa modalidade foi para além das pistas: segundo fontes do Google Trends, buscas por “Skate olímpico” cresceram mais de 300% durante Tóquio. A Confederação Brasileira de Skate, entre 2021 e 2023, relatou um aumento de cerca de 40% no número de novos praticantes em escolas e projetos. “O Skate acabou sendo o único que conseguiu furar mais essa bolha. Tem conseguido crescer, caminhar com as próprias pernas no pós-olimpíadas, tem tido eventos maiores, maior atenção do público. E nós temos uma nova safra de atletas jovens que é inacreditável e vai dar muito trabalho nas competições globais.” Disse Luis Folha, comentarista da CazéTV.

      Já no âmbito do Surf, o ingresso desse esporte nas olimpíadas também resultou na reação positiva do público.  “A conquista da medalha de ouro pelo Ítalo Ferreira não só trouxe um sentimento de orgulho nacional, mas também despertou a curiosidade do público. As pessoas começaram a entender melhor o esporte, suas nuances e a cultura que o envolve. O Surf finalmente ganhou o seu merecido lugar sob os holofotes no Brasil”. Disse Claudinha Gonçalves, surfista profissional e comentarista da TV Globo e SporTV. 

Claudinha também ressalta que uma das consequências da entrada do Surf foi um maior reconhecimento de sua carreira e de outros atletas que operam no ramo. “Para os profissionais que trabalham com o Surf, como eu, as Olimpíadas se tornaram um grande palco. Essa visibilidade ampliada tem sido essencial para valorizarmos nosso trabalho e contribuirmos para o crescimento do esporte.”

Uma maior inclusão feminina em Tóquio.

Os Jogos Olímpicos, como mencionado anteriormente, representaram um grande marco no avanço da inclusão feminina nos esportes. Segundo a CNN, o número de atletas na delegação brasileira foi de 289 atletas, sendo 126 homens e 163 mulheres. Sobre essa representatividade nos esportes radicais, a comentarista declara: “Fui honrada em ser a única mulher comentarista de surfe nas duas Olimpíadas. Essa visibilidade ampliada tem sido essencial para valorizarmos nosso trabalho e contribuirmos para o crescimento do esporte.”

De fato, a medalha de ouro de Ítalo Ferreira – a primeira medalha conquistada pelo Brasil nas Olimpíadas de Tóquio – resultou em uma revolução na história do Surf. A plataforma OLX, por exemplo, registrou um aumento de 41% nas vendas de pranchas de Surf após o ocorrido. Além disso, a base de seguidores de alguns surfistas também aumentou significativamente nas redes sociais (Gabriel Medina, grande profissional da modalidade, conquistou cerca de 2,4 milhões de novos seguidores após seu desempenho nos jogos). As Olimpíadas de Tóquio tiveram um papel fundamental no processo de popularização do Surf no Brasil.

Apesar das grandes conquistas e da crescente visibilidade dos esportes radicais, a trajetória de um atleta no Brasil ainda enfrenta sérias limitações fora das arenas. A falta de investimento, patrocínio e apoio institucional segue como um dos principais entraves para o desenvolvimento de talentos no país. Muitos atletas de alto rendimento treinam em condições precárias e, sem respaldo financeiro, precisam conciliar a rotina esportiva com trabalhos paralelos para garantir sustento. “Todo atleta olímpico brasileiro, acaba enfrentando dificuldades que a gente fala sempre: reconhecimento, falta de profissionalismo, tudo. É claro que eles precisam de suporte, de cobertura de mídia, apoio financeiro, apoio das redes sociais e etc. O país vive num ciclo em que só olhamos para a modalidade quando um fenômeno surge” ressalta Folha. 

Expectativas para os esportes radicais em Los Angeles 2028 e Brisbane 2032

Foto: Guilherme Limeira

Com os preparativos em andamento para os Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028 e Brisbane 2032, o Comitê Olímpico Internacional (COI) projeta um crescimento contínuo dos esportes radicais no cenário olímpico. Modalidades como Skate, BMX freestyle e Surf devem ganhar ainda mais espaço, impulsionadas pelo sucesso em edições anteriores e pelo apelo junto ao público jovem.

Após a estreia olímpica do Skate e do surfe em Tóquio 2020 e suas consolidações em Paris 2024, o COI anunciou a permanência dessas modalidades no programa oficial dos Jogos. Em Los Angeles, as provas de Skate e BMX serão realizadas no Sepulveda Basin Recreation Area, enquanto o Surf acontecerá em Trestles Beach, na cidade costeira de San Clemente, na Califórnia — conhecida por abrigar algumas das melhores ondas do mundo. 

Já Brisbane, na Austrália, vem se preparando para sediar os Jogos de 2032 com investimentos robustos em infraestrutura voltada aos esportes urbanos. A cidade de Gold Coast destinou cerca de R$32 milhões para a construção de skateparks e pistas de BMX de padrão olímpico, com o objetivo de incentivar a prática local e formar novos talentos para o futuro.

A participação feminina nessas modalidades também vem crescendo. No Skate, nomes como o da brasileira Rayssa Leal têm inspirado jovens atletas ao redor do mundo. Segundo dados de 2023, o número de mulheres skatistas no Brasil chegou a 1,6 milhão, evidenciando o avanço da modalidade entre o público feminino.

A expectativa para Los Angeles 2028 e Brisbane 2032 é de mais emoção, maior engajamento global e ampliação do apoio institucional às modalidades. Para o COI, os esportes radicais não apenas modernizam o programa olímpico, mas também fortalecem o vínculo com as novas gerações, reforçando o compromisso com a diversidade e a inovação no esporte.

A ORIGEM DOS ESPORTES RADICAIS

SURF 

O Surf surgiu por volta de 1500 a.C., na região da Polinésia. Desde o início, ele teve um papel muito além do esporte. Naquela época, o surfe integrava rituais e festivais tradicionais. Ou seja, fazia parte da vida espiritual e cultural das comunidades polinésias. As primeiras pranchas apareciam nesses contextos religiosos. Elas eram feitas de junco, uma planta que continua sendo usada no artesanato até hoje. Esse início mostra como o Surf já carregava um valor simbólico.

O Surf teve sua principal transformação no século XX, em que Duke Kahanamoku (considerado um dos primeiros surfistas da história) fez apresentações no Havaí e na Austrália, transformando o que era, a princípio, uma “brincadeira” em um esporte. Na década de 1950, ele passou a ser profissionalizado e surgiram as primeiras competições desse esporte que, era visto como amador.

Somente nos Jogos Olímpicos de Verão em Tóquio 2020 que o Surf foi integrado como esporte olímpico. O que resultou num aumento significativo no número de fãs, audiência, praticantes e investimento no Brasil e no mundo. 

Claudinha Gonçalves surfando no Tahiti.
Foto: @claudinhagoncalves

Outro fator que ajudou a impulsionar a popularidade do Surf foi o avanço tecnológico das pranchas e dos trajes de neoprene, que hoje permitem a prática do esporte em diferentes temperaturas e condições de mar. Isso fez com que o Surf se expandisse para além das regiões tropicais, alcançando países com clima mais frio, como Canadá, Japão e Europa

No Brasil, o número de escolas de surfe aumentou exponencialmente nos últimos anos. Essas instituições têm desempenhado um papel importante na formação de novos atletas e também na inclusão social de jovens de comunidades carentes. Projetos como o Instituto Gabriel Medina e outras ONGs ligadas ao esporte vêm oferecendo aulas gratuitas, apoio psicológico e até bolsas de estudo para crianças e adolescentes.

SKATE 

Durante a metade do século XX, surfistas que estavam entediados nos dias em que não havia ondas instalaram rodas de patins nas pranchas e deram início à prática do esporte inicialmente conhecido como “sidewalk surfing” nas ruas da Califórnia, nos Estados Unidos. Nos anos 1960, o que até então era uma brincadeira praticada por poucos, passou a virar uma febre e os equipamentos começaram a ser aprimorados juntamente com o surgimento das primeiras marcas do ramo. 

Por muito tempo, o Skate foi visto como algo marginalizado por grande parte da sociedade, sendo amplamente associado a um estilo de vida alternativo e convivendo com estereótipos. Mesmo com altos e baixos em sua popularidade, o esporte sempre manteve uma grande base de praticantes, crescendo consideravelmente após os Jogos Olímpicos de Tóquio. No âmbito  profissional, o Skate conta com 4 categorias, sendo elas: street, park, vertical e downhill.

A inclusão como esporte olímpico ocorreu nos Jogos de 2021 (inicialmente previstos para 2020, mas adiados devido à pandemia de Covid-19), sendo parte de uma iniciativa do Comitê Olímpico Internacional (COI) para aproximar os jogos das novas gerações incluindo, assim, esportes urbanos e de estilo de vida alternativos. Atualmente, apenas duas categorias estão presentes nos Jogos (street e park).

Foto: Guilherme Limeira

 

A introdução do esporte nas Olimpíadas foi considerada um sucesso, marcada por um espírito jovem e descontraído, além de chamar a atenção pelo “clima leve” entre os atletas. O Skate teve sua relevância também pelas medalhas de competidores muito jovens, como o ouro da japonesa Momiji Nishiya, de 13 anos, e a prata da brasileira Rayssa Leal, de mesma idade.

BMX

Foto: Guilherme Limeira

O BMX freestyle (Bicycle Motocross) surgiu nos subúrbios americanos durante os anos 1970. Jovens adaptaram manobras do motocross para bicicletas em terrenos urbanos.

Com o passar dos anos, o esporte ganhou visibilidade. Eventos como os X-Games impulsionaram sua popularidade entre o público jovem e entusiasta das manobras radicais.

Em seguida, o Comitê Olímpico Internacional reconheceu oficialmente o BMX freestyle como esporte olímpico, o que representou um marco importante para a modalidade. O BMX estreou nas Olimpíadas em Tóquio 2020. As provas empolgaram o público com criatividade, estilo livre e manobras ousadas em pistas cheias de obstáculos. Essa estreia aumentou a visibilidade do esporte no mundo. Além disso, novos praticantes surgiram, motivando investimentos em infraestrutura e programas de formação de atletas. O BMX compartilha uma origem parecida com a do skate. Ambos nasceram da criatividade infantil, quando crianças imitavam pilotos de motocross usando bicicletas.

As primeiras manobras aconteceram em ruas e terrenos improvisados. Logo, a prática cresceu e atraiu atenção, o que levou à criação de competições e equipamentos específicos. Com o tempo, esses esportes romperam barreiras sociais. Hoje, o skate, o BMX e o surfe reúnem pessoas de várias idades, classes e origens culturais. Além disso, oferecem uma poderosa forma de expressão. Cada manobra, estilo ou escolha de prática reflete a personalidade e a liberdade dos atletas envolvidos

UTILIZAÇÃO DE IA
Uso Moderado

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IAs utilizadas: ChatGPT

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